segunda-feira, 13 de setembro de 2010

" (...)
A pequena, julgando-se vítima de um “trote”, ficou por conta e, como era muito bem-educada (essas meninas de hoje!), desligou violentamente, não antes de perpetrar, sem querer, um precioso “hai-kai” concretista:
- Basta, besta!
O poeta ficou fulminado. Não podia, não podia compreender. Sofreu, que também os concretistas sofrem; estava apaixonado, que também os concretista se apaixonam, quando são jovens – e todo poeta concretista é jovem. Não tinha lábia. Não teria os lábios. Por que não viajar para a Líbia? Desaparecer, sumir… Sentia-se profundamente desgraçado, inútil. Um triste. Um traste.
O consolo possível era a poesia. Sentou e escreveu:
“Bela. Bola. Bala.”
O que, traduzindo em vulgar, vem a dar esta banalidade: “A minha bela, não me dá bola. Isto acaba em bala.”
Não acabou, naturalmente. Tomou uma bebedeira e tratou de arranjar outra namorada, a quem dedicou um soneto parnasiano. Foi a conta. Casaram-se e são muito falazes… Oh! Perdão: felizes."


Para os leigos e para aqueles que muito as conhecem, um aviso: Cuidado com as palavras parônimas


-| Tragédia Concretista  do Luís Martins (Para ler na íntegra http://lucyhenriques.wordpress.com/2007/10/16/tragedia-concretista/) - O Guti enviou-me esse texto e disse que provavelmente entraria para as minhas 'pérolas'. Ele, que muito me conhece, estava certo! |-  

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