"(...) padecer a convicção de que, na estreiteza das relações da vida, a alma alheia comprime-nos, penetra-nos, suprime a nossa, e existe dentro de nós, como uma consciência imposta, um demônio usurpador que se assenhoreia do governo dos nossos nervos, da direção do nosso querer; que é esse estranho espírito, esse espírito invasor que faz as vezes de nosso espírito, e que de fora, a nossa alma, mísera exilada, contempla inerte a tirania violenta dessa alma, outrem, que manda nos seus domínios, que rege as intenções, as resoluções e os atos muito diferente do que fizera ela própria (...)"
Ingênuos aqueles que creem ter atitudes e pensamentos únicos, inovadores, originais, mais certos ou mais errados. Perdem tempo aqueles que tentam viver de maneira diferente, levando tudo às últimas consequências, sem levar em consideração em quem podem tropeçar e se, após o baque do tropeço, o outro padecerá, machucado.
Nada é original. Vivemos em um mundo que maquia uma liberdade simplesmente inexistente, e aqueles que se acham diferentes, provavelmente estarão sempre sozinhos.
-| Raul Pompéia - Originalmente não sei de onde vem esse excerto, retirei-o da FUVEST - 1998). |-